Neste período que atravessamos com a pandemia da COVID-19, temos visto se falar sobre uso de máscaras para proteção respiratória, tanto a pessoas que trabalham em ambiente hospitalar, quanto para cidadãos comuns ao transitarem pelas ruas e estabelecimentos comerciais.

Observamos uma procura grande de máscaras em farmácias e lojas que vendem EPI (Equipamento de Proteção Individual).

Mesmo parecendo iguais, poucos sabem que cada uma dessas máscaras, possuem tipos de uso para diferentes agentes ambientais químicos e biológicos.

Para isso preparamos uma breve explicação desses equipamentos.

Quando vamos a uma loja de venda de EPIs, vemos as máscaras possuem a sigla PFF, destacada na embalagem.

A sigla PFF significa: Peça Facial Filtrante.

O objetivo do produto é filtrar o ar, evitando que os contaminantes ambientais, sejam absorvidos pelo sistema respiratório do usuário.

Esse tipo de máscara é considerada descartável ou sem manutenção. Ou seja, após o uso do equipamento, recomenda-se que esse produto seja descartado.

Estes respiradores são classificados da seguinte maneira:

MÁSCARA/ RESPIRADOR PFF1 ou P1

É indicada para proteção das vias respiratórias contra certas poeiras e/ou névoas não oleosas, que não desprendam gases e/ou vapores tóxicos; fibras têxteis, cimento refinado, minério de ferro, minério de carvão, sabão em pó, talco, cal, soda cáustica, poeiras vegetais (como trigo, arroz, milho, bagaço de cana etc.); poeiras de lixamento e esmerilhamento; névoas de ácido sulfúrico (com óculos de proteção adequado), entre outros e em concentrações não superiores a 5 (cinco) vezes o limite de exposição ocupacional (LT)  e abaixo das concentrações IPVS (Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde).

Não indicado para proteção contra amianto (asbesto), sílica e fumos.

PFF1 – Possuem eficiência mínima de 80% (Penetração máxima de 20%)

MÁSCARA/ RESPIRADOR PFF2 ou P2

É indicada para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas não oleosas, que não emitam gases e/ou vapores; fumos metálicos ou plásticos; sílica, fibras têxteis, cimento refinado; minério de ferro, minério de carvão, minério de alumínio, sabão em pó, talco, cal, soda cáustica, poeiras vegetais (como trigo, arroz, milho, bagaço de cana etc.); poeiras de aviário contendo restos de ração, fezes, plumas e penas de aves; poeiras de lixamento e esmerilhamento, névoas de ácido sulfúrico (com óculos de proteção adequado), dentre outros.

Recomendada ainda, para redução da exposição ocupacional a aerossóis contendo agentes biológicos potencialmente patogênicos.

Deve ser usada mediante o conhecimento e aprovação das áreas de higiene, segurança e medicina do trabalho e/ou responsável pela empresa.

Não indicada para proteção contra amianto (asbesto).

PFF2 – Possuem eficiência mínima de 94% (Penetração máxima de 6%)

Importante: Respiradores PFF2, quando utilizados em ambiente hospitalar, em procedimentos não cirúrgicos e em caso em que o contaminante é um agente patológico, não devem possuir válvula de exalação.

MÁSCARA/ RESPIRADOR PFF3 ou P3

É indicada para proteção das vias respiratórias contra poeiras, tais como asbestos, sílica, processamento de minerais, arsênio, berílio, prata, platina, chumbo, cádmio, algodão e outras névoas não oleosas, fumos metálicos ou plásticos; fibras têxteis, cimento refinado, minério de ferro, minério de carvão, minério de alumínio, sabão em pó, talco, cal, soda cáustica, poeiras vegetais (como trigo, arroz, milho, bagaço de cana etc.); poeiras de aviário contendo restos de ração, fezes, plumas e penas de aves; poeiras de lixamento e esmerilhamento, névoas de ácido sulfúrico (com óculos de proteção adequado), dentre outros.  Poeiras, névoas e fumos contendo materiais radioativos, tais como: urânio e plutônio, que emitem radiação alfa, beta e gama.

Recomendada, ainda, para redução da exposição ocupacional a aerossóis contendo agentes biológicos potencialmente patogênicos.

Deve ser usada mediante o conhecimento e aprovação das áreas de higiene, segurança e medicina do trabalho e/ou responsável pela empresa.

PFF3 – Possuem eficiência mínima de 99% (Penetração máxima de 1%)

Importante: Respiradores PFF3, quando utilizados em ambiente hospitalar, em procedimentos não cirúrgicos e em caso em que o contaminante é um agente patológico, não devem possuir válvula de exalação.

 

RESISTÊNCIA AO TIPO DE AEROSSOL

Os respiradores descartáveis são classificados em 2 tipos de resistência ao aerossol:

  • Resistentes a aerossóis à base de água.

Capazes de reterem partículas sólidas e líquidas à base de água;

  • Resistentes a aerossóis base de água e oleosos.

Capazes de reterem partículas sólidas e líquidas à base de água e oleosas.

 

VÁLVULA DE EXALAÇÃO

A válvula de exalação pode ou não estar presente nos respiradores descartáveis.

Sua função é promover a saída do ar quente presente dentro da máscara devido a exalação do usuário, permitindo um conforto térmico melhor, quando são utilizados em atividades que promovam esforço físico constante.

A válvula não diminui ou aumenta o fator de proteção, apenas facilita a troca de gases, permitindo uma sensação mais agradável.

Salientando que não é recomendada máscaras com válvulas de exalação para atividades em ambientes hospitalares em procedimentos não cirúrgicos e em caso em que o contaminante é um agente patológico.

 

QUAL A DIFERENÇA ENTRE MÁSCARA/ RESPIRADOR PFF E MÁSCARA CIRÚRGICA?

Assim como o aumento da procura das máscaras nas lojas que vendem Epis, houve procura de máscaras cirúrgicas nas farmácias.

A Máscara/ Respirador PFF é um EPI que possui a função de cobrir as vias aéreas (boca e nariz), proporcionando uma filtragem dos agentes contaminantes presentes no ambiente.

Possui a capacidade de retenção de gotículas, protegendo o usuário de contato com aerossóis contaminados por agentes biológicos, como fungos, bactérias e vírus.

Para os ambientes hospitalares, recomenda-se que a máscara/respirador deva ter um filtro com aprovação mínima PFF2 ou P2.

A Máscara Cirúrgica é uma barreira física individual que possui a função de cobrir as vias aéreas (boca e nariz), protegendo o usuário da área de saúde de contato ou inalação de gotículas contaminadas, sejam excreções ou sangue.

Também auxilia na redução de contaminação do ambiente, geradas pelo usuário.

A máscara cirúrgica não possui proteção total em relação a todas as patologias de origem de transmissão como aerossóis, pois a vedação no rosto, pode permitir contatos acidentais, independente da capacidade de filtragem.

 

QUAL A DIFERENÇA ENTRE A MÁSCARA/ RESPIRADOR PFF2 E UMA MÁSCARA COM CERTIFICAÇÃO N95?

As máscaras/respiradores PFF2 são equipamentos de proteção que seguem os padrões da norma brasileira (ABNT/NBR 13698:1996) e a europeia, apresentando eficiência mínima de filtração de 94%.

Máscaras cirúrgicas com a classificação N95 seguem a norma americana e apresentam eficiência mínima de filtração de 95%.

As Máscaras Cirúrgicas N95, são extremamente resistentes contra aerossóis e apresentam uma diferença em relação ao encaixe: enquanto as máscaras cirúrgicas comuns, embora fiquem justas no rosto, não sejam projetadas especificamente para isso, as industriais N95, devem selar completamente a face e, inclusive, passarem por testes de vedação.

Portanto, respiradores PFF2 e N95 apresentam níveis de proteção equivalente.

Para as atividades hospitalares, devido aos riscos patogênicos atuais, os tipos de máscaras mais indicados são as Máscaras/Respiradores PFF2 ou P2, e as Máscaras Cirúrgicas N95.

Ambas são consideradas respiradores descartáveis ou sem manutenção. Devendo ser trocados diariamente ou sempre que se encontrar saturado (entupido), perfurado, rasgado ou com elástico solto ou rompido.

 

Autor: James Roberto

Fonte de pesquisa: Cartilha de Segurança Ocupacional 3M Proteção Respiratória Delta Plus